quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Gazeta do Povo contra a democracia

“A TOMADA DO PODER PELOS MILITARES FOI NOTICIADA PELA GAZETA DO POVO SEM ALARDE. O CLIMA ERA DE RETOMADA DA TRANQÜILIDADE APÓS A AMEAÇA QUE OS SUBVERSIVOS CAUSAVAM À ORDEM.” Texto retirado da edição comemorativa de 90 anos da Gazeta do Povo.
O "sem alarde" trata-se de uma edição extra, comemorada, conforme se vê no fac-símile da edição de 3 de abril de 1964. Na mesma página do fac-símile, a Gazeta orgulha-se de ser o único jornal do sul do país que fez uma edição extra sobre o golpe.
Achou pouco? O jornal se enrola mais na seqüência do texto:
“NUNCA TIVEMOS PROBLEMAS COM A DITADURA PORQUE O JORNAL ERA IMPARCIAL” ... “A LINHA EDITORIAL DEFINIDA POR CUNHA PEREIRA FILHO, BASEADA NA LEGALIDADE, NÃO CONFRONTAVA O PODER VIGENTE. NÃO TIVEMOS CENSOR, SÓ TÍNHAMOS OBSERVAÇÃO SOBRE O QUE PODIA OU NÃO PUBLICAR.”
Não houve problemas com a ditadura porque o jornal concordava o fim do regime democrático e com que devia ou não ser publicado de maneira "imparcial".

Para não esquecer:
o golpe militar de 1964 depôs João Goulart, vice de Jânio Quadros (na época havia eleições específicas para vice presidente) que havia renunciado; Jânio e Goulart foram e eleitos em 1960, e só tivemos eleição de novo para presidente, no Brasil, em 1989.

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