Oficina de gente boa

Aproveitando o finzinho do dia dos professores, vamos aproveitar para falar de educação. Uma referência importante é a histórica e mitológica Escola Oficina, uma cooperativa de pais que queriam uma educação alternativa para seus filhos. Da cooperativa - que teve seu disco do Saltimbancos carimbado como subversivo pelo Sistema Nacional de Informação, estávamos no inicio dos anos 80, no finzinho da ditadura militar no país - surgiram dois empreendimentos privados de sucesso: a escola Palmares e a Terra Firme. A referência sobre qualidade de educação é por observação. Observação de mais de 20 anos! Coisa de educação, que é investimento de longo prazo, mesmo.
Quem viu de perto crescer esta geração, que hoje está na faixa dos 20 a 30 anos, reconhece de longe quem estudou nestas escolas. Em parte são frutos delas, além de suas famílias e de seu tempo. É gente diferenciada, por características positivas: alta sociabilidade, amplo conhecimento geral, sensibilidade às causas justas, soliedariedade aguçada, percepção da ecologia, senso estético. Efim, gente boa. Bom... isto não é coincidência por muitos serem filhos de amigos do blogueiro, aqui.
Estas escolas, inclusive a Oficina que era cooperativa, eram escolas privadas. Isto dava um nó na cabeça da esquerda da época, que defendia a escola pública. Mais de 20 anos depois, percebe-se o erro da discussão curta entre modelos públicos ou privados. Ainda hoje tem espaço para convivência para os dois modelos, que podem aprender um com outro.
Se a escola pública der um salto de qualidade inquestionável, talvez não exista espaço para escola privada. Mas isso é discussão de plano de governo de 2050, 2100.


A Edinha, que já foi professora nas três escolas citadas - na foto acima; Magda Flores, que hoje trabalha na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e a Yara, uma das donas e diretora da Palmares, são três professoras, que o autor do blog conhece. A escola Paulo Leminski, pública, onde o Kiko trabalha, tem uma grande referência nas escolas citadas.