domingo, 22 de março de 2009

Governos e crise - o fim dos adivinhões

Tem uma tese de oposição rolando por aí: Os governos não se prepararam para a crise. Oposição ao governo federal, aos governos do Paraná, Minas, Rio de Janeiro, mas por incrível que pareça ninguém cita São Paulo como despreparado, ainda que não tenha feito ações muito diferentes dos demais. E não está errado. Mas no mesmo jornal anuncia que Prefeitura de Curitiba corta o orçamento, feito para ganhar as eleições do ano passado, põe a culpa na crise para não cumprir as promessas, e tudo bem. Tem uma diferença entre se adequar à uma crise e usá-la para justificar estelionato eleitoral.
O mais importante é que os governos, principalmente os estaduais, realmente não mexeram mundos e fundos por causas da crise. E isto tem bons motivos:
  1. As crise tem origem inicia nos refinanciamentos imobiliários nos estados Unidos, mas atingiu a credibilidade do setor financeiro inteiro;
  2. Ainda estamos sabendo o tamanho da doença e remediando e aproveitando as oportunidades conforme vão aparecendo dados consistentes;
  3. Se alguém tiver certeza sobre o tamanho da crise, qual setor da economia pega, onde não pega, não vai escrever artigos, e sim fazer investimentos e ficar rico;
  4. O Brasil é a 8ª economia do mundo, mas apenas agora, com a queda dos bancos do epicentro da crise, tem seus bancos despontando como os mais lucrativos, o que não quer dizer ainda os maiores. Nosso papel no mercado financeiro ainda é periférico, com viés de alta, como diz o pessola que administra a SELIC;
  5. A precipitação a suposta onisciência de economista que faziam pacotes da década de 70 criaram problemas que só conseguimos desatar 20 anos depois, como a inflação;
  6. Os instrumentos ainda que mais precisos, via internet, ao contrário de se imaginar aumentam as incertezas pela quantidade de informação que temos. Pouca informação é mais fácil de tomar decisão, tanto quanto é mais fácil de errar.
Ainda bem que não temos grande rompantes de “çabedoria”. A era dos adivinhões da economia, mistificada nas planilha do excel, acabou. A economia usa de teorias cartesianas para entender um mundo longe desta lógica. Mais da metade das instituições de economistas, e quase 100% dos próprios economistas, usam planilhas eletrônicas piratas. Para começar a criticar deveriam regularizados perante a Organização Mundial do Comércio. Por aqui, usamos o BrOffice. Detalhe, mas é onde mora o capeta!

Na foto: Costa e Silva, Delfim Neto e companhia assiando o Ato Inconstitucional número 5.

Atenção: economistas candidatos ao Banco Central em 2011. É bom mandarem currículos para outros endereços, além da Avenida Paulista.

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