fonte: blog do Luis Nassif
Um fenômeno pouco divulgado, na última fase do desenvolvimento do país, foi o da expansão do novo cooperativismo. No 61º Fórum de Debates do Projeto Brasil, o tema foi abordado pelo presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas.
Cooperativismo cresce
Dados de 2007 indicam que o cooperativismo está em 1.751 municípios e em 26 estados da federação. Foi responsável por US$ 3,3 bi de exportações (US$ 4 bi este ano) e por 6,5% do PIB brasileiro – estimado (o faturamento do setor) em R$ 126,6 bilhões.
De 1994 a 2007 o número de cooperativas aumentou 107%, saltando para 7.672, com 7,7 milhões de associados e 251 mil empregados (sem contar os empregos dos associados).
De cooperativas de vendas de produtos à industrialização
É exemplar a maneira como o cooperativismo conseguiu agregar valor à produção dos cooperados. Até os anos 90 havia cooperativas de produtores de milho e soja, que entregavam a produção para uma outra cooperativa, que comercializava com grandes empresas produtoras de ação. A ração era vendida para produtores de frangos e suínos que, depois da engorda, vendiam os animais para os frigoríficos.
Hoje em dia, as cooperativas passaram a controlar todo o processo. A Cooperativa Aurora, de Santa Catarina, por exemplo, congrega 18 mil famílias e tem linhas de embutidos da melhor qualidade.
Sudoeste tem mais cooperativas que o Sul
Segundo os dados apresentados, 41% das cooperativas concentram-se no sudeste, 21% no sul, 20% no nordeste, 9% no centro-oeste e 11% no norte.
Para além da agricultura
Nos últimos anos, houve uma gradativa incorporação de cooperativas urbanas. Em 2007, o setor agropecuário ainda respondia por 76,1% do faturamento do sistema. Mas as cooperativas de saúde já chegavam a 11,4% e as de crédito a 6,9%.
Cooperativa cresce e ajuda a crescer
Dois indicadores bem relevantes foram levatados. O primeiro, a comparação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de municípios com pelo menos uma cooperativa com aquelas sem nenhuma. Na região sul o IDH foi 3,3% superior para quem dispunha de cooperativa; no nordeste, chegou a 8,3%.
O segundo dado é a receita das cooperativas, que corresponde a 41,5% da renda agrícola, mas ocupa apenas 21,6% da área cultivada e 14,22% dos estabelecimento, demonstrando uma capacidade exemplar de agregar valor e distribuir renda. A renda média dos associados de cooperativas chegou a R$ 237 por hectare, contra R$ 92 de não associados.
Os banqueiros comunistas
Mas o grande fenômeno a ser observado, nos próximos anos, será o das cooperativas de crédito – que emprestam dinheiro, tem cheque especial, capital de giro. Hoje em dia são 1.441 cooperativas, gerando 37.266 empregos. Têm 3,6 milhões de cooperados, 10 milhões sem incluídos os familiares, 3.938 pontos de atendimento (só perdem paa o Banco do Brasil), R$ 38,1 bi de ativos totais e R$ 7,7 bi de patrimônio líquido.
Hoje em dia, já tem R$ 15,9 bi em operações de crédito com uma taxa média de juros de 4,32% ao mês, contra 7,98% da média do mercado.
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