segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Política portuária em debate

Uma posição do Governo Federal

“Ao contrário do que pensam, é preciso reforçar as agências, sim. Porque as agências é que podem garantir que isso ocorra (a competição). E aí é necessário que as agências não sejam capturadas por ninguém que participe [de concorrências ou licitações]. Quando acusam a agência de ser capturada pelo governo, você tem de ver se o governo tem interesse específico.
Ele (o governo) pode estar agindo em razão de interesses privados outros. É isso que acontece.”

Dilma Rousseff, Ministra-chefe da Casa Civil
da Presidência da República na
Folha
de São Paulo, em junho de 2008


Uma posição do Mercado e/ou da Academia

O mercado de terminais portuários de contêineres foi apropriado indebitamente por um cartel constituído e institucionalizado de agentes privados, com o beneplácito do governo federal. Por tratar-se de monopólio privado com regulação estatal, esta, deveria atuar com o rigor que a legislação impõe e o mercado clama. Cooptada, efetivamente capturada, permite que poucos "players" dominem o mercado nacional. sem concorrência, todos da cadeia de jusante, usuários dos portos (armadores, embarcadores importadores e exportadores e operadores logísticos independentes), tornam-se reféns do cartel.



Carlos Cesar Meireles Vieira Filho, MSc, é sócio-diretor da TALENTLOG Consultoria e Planejamento Empresarial Ltda. e professor de Logística e Distribuição da FIA/SP e USCS/SP em apresentação no Projeto Brasil

Uma posição do Governo do Paraná

Hoje, o Porto de Paranaguá serve de referência para o Governo Federal suspender o programa de privatização de portos brasileiros. As contas estão saneadas. Investimos mais de 200 milhões de reais em obras e temos 330 milhões de reais em caixa para novas obras e projetos. Acabaram-se as filas de caminhões e elas subsistem apenas nas imagens de arquivo, freqüentemente utilizadas para uma e outra bobagem global. As filas desapareceram mesmo com o aumento de número de caminhões em direção ao Porto. As reclamações em relação à qualidade e ao peso dos grãos exportadas reduziram-se a zero. A espera do navio para embarque e desembarque - a demourrage - é hoje uma das menores do País. A receita cambial saltou de pouco mais de quatro bilhões de dólares, em 2002, para 11 bilhões e 800 milhões de dólares, em 2007. Embora Paranaguá mantenha o título de maior porto graneleiro da América Latina, ele se transformou em um porto multicargas. São os congelados, os contêineres, fertilizantes, madeira, papel e veículos. A movimentação de veículos, por exemplo, que era de 61 mil unidades, em 2002, passou a 165 mil unidades, ano passado.

Roberto Requião, governador do Paraná em discurso em janeiro de 2008 na Assembléia Legislativa

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