quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O OUTRO LADO DO PIB

"Com o PIB acumulando expansão de 6,3% em 12 meses, até setembro, a economia brasileira atravessa este quarto e último trimestre de 2008, o ano da crise importada, com impulso de banguela pra fechar o IPB gregoriano na marca de 5,8% a 6%, maior que o 5,7% do ano passado, recorde do governo Lula.
Com a tranca do crédito, de mãos dadas com o tranco de confiança, desde outubro, há muita gente por aí jurando por todos os juros que já estamos em recessão. Ou, pelo menos, com o pé esquerdo na estagnação do crescimento zero.

Não é verdade.

O choque é de setores específicos e não do conjunto da economia. Vejamos:
1) o crédito mais curto e mais caro já estava muito caro e muito curto bem antes da crise.
2) o crédito nunca passou de um terço do PIB, contra o PIB inteiro em meio mundo.
3) o PIB está aquecido pelo consumo interno de bens e serviços em geral, Só o consumo corrente das famílias responde por dois terços do desempenho do PIB. E 80% desse consumo total não faz uso do crédito bancário. Ou é consumo à vista ou é consumo financiado diretamente pelas redes de varejo, com recursos próprios, desbancarizados.
4) Fechando a roda, a massa salarial, deflacionada, cresceu 10,7% este ano, em condição de sustentar o consumo das famílias neste final de 2008 e na travessia do primeiro trimestre de 2009.
Logo, teremos aí pela frente uma breve desaceleração da economia no ano que vem."

Joelmir Beting, economista brasileiro
http://www.joelmirbeting.com.br/

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