quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A locomotiva do país

São Paulo é a locomotiva do país. Locomotiva a lenha: polui, faz muito barulho, consome muito e não dá velocidade.

A cidade de São Paulo já foi chamada da locomotiva do país. No século passado quando o país começou a industrialização mecânica nas décadas de 50, 60 e 70 isso parecia ser bom.
Mas a concentração de pessoas para a industrialização da era digital não é mais interessante para o capitalismo, o que faz com que São Paulo tenha um poder anacrônico na República, defendendo interesses por si só, disfarçados de crescimento econômico. Mas na verdade este poder trás avanços e atrasos que a resultante é próximo do zero.
Parte da lenha da locomotiva está no seu orçamento municipal, o 3º maior orçamento público do país, abaixo apenas do próprio país e do Estado de São Paulo, R$ 18,8 milhões, para solucionar a via de quase 10,8 milhões de habitantes, ou 5% do país, com a participação de 12,26% do PIB.
Estes números, a primeira vista, justificam a fama e fazem parecer que São Paulo gasta menos lenha que produz, mas considerando que pelo cálculo do PIB, o Distrito Federal tem a melhor relação PIB/habitantes do país, vê-se que esta régua não serve para medir produtividade de bens e serviços, já que o que eleva o PIB do distrito Federal, por exemplo é o serviço público. Em São Paulo, o volume de negócios se dá, devido a cidade ser endereço das sede de empresas, que começaram a se espalhar sua operação pela região metropolitana da cidade, atingindo a Zona Franca de Manaus, o nordeste, ou no sul do país, e mascaram o problema da maior concentração do país de desempregados, da economia informal e lá na margem, dos marginais.
Cidades quando precisam de metrô, é o equivalente à quimioterapia: é tratamento de crescimento desordenado das células, também chamado de câncer.
As metrópoles são absolutamente dispensáveis numa economia digitalizada, ainda mais num país que tem mais de 5 mil municípios espalhados numa extensão de continental. Os exércitos de mão de obra desqualificada não servem para nada no capitalismo atual. Nem para baixar seu preço, porque as grandes concentrações humanas aumentam o custo de vida, principalmente, qualificados empregados. Veja as inflações das metrópoles em relação ao interior.
A dívida do município mostra que tem areia no trilho do PIB, do PIB per capta da locomotiva.

QUEIMANDO LENHA, A SUA E DE SEUS FILHOS
A cidade de São Paulo deve R$ 37,4 bilhões (Dívida Consolidada Líquida), 199% da sua arrecadação anual de R$ 18,8 bilhões (Receita Corrente Líquida). Esta dívida é são os compromissos de pagamento das operações de crédito e de outras dívidas bancárias, além dos compromissos orçamentários assumidos em um exercício, mas que deverão ser pagos nos anos seguintes.
É uma dívida grande mesmo em comparação às outras metrópoles brasileiras.
  • São Paulo - 199%
  • Salvador - 81%
  • Rio de Janeiro - 45%
  • Belo Horizonte - 44%
ENTRANDO NO TREM ERRADO
Curitiba já está bem situada, mas já tem plano de construção de metrô ligando Curitiba a ela mesma. guarde o dado de 2007 e acompanhe nos próximos anos a evolução do câncer... ops... da dívida.
  • Curitiba - 14%
TREM BOM
Cidades com saldo credor em relação a sua Receita Corrente Líquida. Vitória tem projeto de metrô, mas como abreviatura de transporte metropolitano, de superfície ligando cidades, e não esburacando a cidade.
  • Macapá - 25%
  • Vitória - 22%
  • Palmas - 20%

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados.